Especialistas internacionais estarão na Colômbia para identificar formas de combater a violência contra meninas em ambientes de conflito

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  • O III Seminário Latino-Americano de Pensamento sobre Direitos da Criança: "Desafios e respostas à violência contra meninas em cenários de conflito armado e crime organizado" é convocado pela REDLAMYC-Rede Latino-Americana e Caribenha de Defesa dos Direitos da Criança, Meninas e Adolescentes e organizado por a Alianza por la Niñez Colombiana, membro desta rede de redes, no âmbito de #TejiendoRedesInfancia, um projeto cofinanciado pela União Europeia.
  • O Observatório de Crianças e Conflitos Armados da Coalizão Contra o Envolvimento de Meninos, Meninas e Jovens no Conflito Armado na Colômbia (Coalico) indica que entre janeiro e dezembro de 2018, 331 eventos de conflito armado foram registrados, dos quais 213 envolveram diretamente efeitos para essa população, o que significa um aumento em relação a 2017, quando foram registrados 166.
  • A Alianza por la Niñez Colombiana, em seu relatório “A infância, vítima de um conflito armado que ainda persiste”, indica que o Estado não cumpriu integralmente nenhuma das 18 recomendações relacionadas ao conflito armado, apresentadas em 2015 pelo Comitê dos Direitos da Criança (CRC).

No dia 9 de abril, especialistas em defesa dos direitos da criança da região se reunirão na Colômbia para analisar os desafios que a América Latina e o Caribe enfrentam diante da violência contra meninas em cenários de conflitos armados e do crime organizado. Isso a fim de rever experiências e analisar em conjunto as respostas possíveis.

Entre os especialistas estará Esmeralda Arosemena de Troitiño, que em fevereiro passado foi eleita presidente da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), principal órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA) encarregado da promoção e proteção da humanos no continente desde 1959. Da mesma forma, estarão presentes Daniel Claverie, consultor da Área de Promoção e Proteção de Direitos do Instituto Interamericano da Criança e do Adolescente, organização dos Estados Americanos, e Juan Martín Pérez García, secretário executivo da Rede Latino-americana e Caribeña de Defesa dos Direitos de Meninos, Meninas e Adolescentes (Redlamyc), entre outros.

Elas participarão do III Seminário Latino-americano do Pensamento sobre os Direitos da Criança: “Desafios e respostas à violência contra meninas em teatros de conflito armado e crime organizado”, que acontecerá no Hotel e Centro de Convenções - Metrotel 74, de Bogotá, Colômbia ) O seminário é realizado no âmbito do projeto #TejiendoRedesInfancia entre Redlamyc e a União Europeia e conduzido no país pela Alliance for Colombian Children, membro da rede de redes.

Acontecimentos infelizes como as 10 das maiores cidades mais violentas do mundo na América Latina, que até superam as metrópoles de países em guerra como a Síria, ou que há países com conflitos de vários anos, exigem ações contundentes. E nessa perspectiva regional, segundo o secretário executivo da REDLAMYC, Juan Martín Pérez García, a Colômbia tem muito a ensinar, não só pelos avanços em um acordo de paz –após 60 anos de confrontos–, mas porque até com o conflito e o tráfico de drogas deu pistas de onde fica a saída.

“O processo contínuo de construção da paz; os avanços que teve para enfrentar o crime organizado e a articulação que as organizações e a sociedade civil têm fazem da Colômbia um lugar importante para estar, ouvir, dialogar e, claro, ter uma plataforma para convocar a América Latina em tudo como um todo e a afirma a urgência de enfrentar a violência de que são vítimas as crianças e, em particular, as meninas da região ”, afirma Pérez.

Este problema, apesar dos avanços apontados pelo secretário executivo de Redlamyc, parece relutar em desaparecer no território nacional. Dados do Observatório da Infância e Conflitos Armados da Coalizão contra o Envolvimento de Meninos, Meninas e Jovens no Conflito Armado na Colômbia (Coalico) indicam que entre janeiro e dezembro de 2018 houve 331 eventos de conflito armado, dos quais 213 afetou diretamente essa população, o que significa um aumento de 28.31% em relação a 2017, quando se cadastraram 166.

Novos recrutas e deslocamentos

O Coalico revela ainda que após números animadores entre 2015 e 2017 de diminuição dos casos de recrutamento forçado e uso de meninas, meninos e adolescentes (produto das negociações entre o Governo e as FARC), em 2018 voltaram a aumentar. Foram relatados 50 eventos relacionados ao envolvimento e recrutamento, 28 do uso de meninas e meninos em campanhas cívico-militares, 66 deslocamentos forçados, 29 violações ao direito à vida e à integridade pessoal, 21 ataques e ocupações de objetos civis (como escolas e hospitais), 10 bloqueios de suprimentos e serviços básicos, 7 violações contra a liberdade pessoal e 3 contra a liberdade sexual.

Da mesma forma, o relatório "A infância vítima de um conflito armado que ainda persiste", publicado em novembro passado pela Aliança pela Criança Colombiana, afirma que um total de 2'382.086 Os colombianos de 0 a 17 anos são vítimas do conflito armado e 48,6% deles são meninas, conforme aponta a Fundação PLANO.

Na mesma análise, a Aliança confirma que o Estado ainda não cumpriu nenhuma das 18 recomendações apresentadas em 2015 pelo Comitê dos Direitos da Criança (CDC) relacionadas ao conflito armado, ao mesmo tempo em que aponta que apenas seis o viram qualquer progresso e vários obstáculos a superar.

O relatório acrescenta que do número total de meninas e meninos vítimas do conflito, o 99% foi forçado a se deslocar e se desarraigar, situação que os afunda na pobreza, na falta de proteção e os expõe a outros fatos, como laços, abusos sexuais e acidentes por minas antipessoal, entre outros.

Num panorama dessas características, o III Seminário Latino-Americano do Pensamento sobre os Direitos da Criança se apresenta como um espaço público ideal para convidar crianças e adolescentes, representantes da sociedade civil, organizações internacionais, órgãos governamentais e especialistas em direitos da criança. crianças e adolescentes para refletir e identificar os principais desafios e constatações para o enfrentamento de todas as formas de violência contra essa população, especialmente as meninas, no contexto do conflito armado e no cenário do crime organizado.

Mais informações em: https://redlamyc.org/seminariointernacional/

Contato de mídia:

Verónica Morales, Diretora Regional de Comunicação #TejiendoRedesInfancia +52 1 55 5620 9309

foto por Kobby Mendez sobre Unsplash